Jader Barbalho - Projeto que obriga empresas a reservar vagas para jovens recebe parecer favorável em comissão

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Projeto que obriga empresas a reservar vagas para jovens recebe parecer favorável em comissão

O Senado se prepara para analisar um projeto que resgata um princípio antigo do direito do trabalho — o de formar hoje a mão de obra que vai sustentar o país amanhã — e coloca a juventude no centro da política de emprego. De iniciativa do senador Jader Barbalho, o Projeto de Lei 2921/2025 altera a Consolidação das Leis do Trabalho para estabelecer um percentual mínimo de jovens empregados em empresas com mais de cinquenta trabalhadores, criando regras claras para ampliar a inserção de jovens no mercado formal e combater a exclusão precoce que ainda marca a realidade brasileira.

O texto acrescenta os artigos 433-A e 433-B à CLT, legislação que há mais de 80 anos organiza as relações de trabalho no país, reforçando o papel social das empresas na formação profissional e na geração de oportunidades. A proposta recebeu parecer favorável do senador Paulo Paim, um dos principais defensores históricos dos direitos trabalhistas no Congresso, e está pronta para entrar na pauta da Comissão de Assuntos Sociais, passo decisivo antes de seguir para novas etapas de tramitação.

Ao apresentar o projeto, Jader Barbalho destaca a necessidade de criar portas de entrada reais para jovens que tentam o primeiro emprego, especialmente em um cenário em que a exigência de experiência prévia acaba funcionando como um círculo vicioso. A ideia é simples e eficaz, como mandam as boas tradições legislativas: quem já está consolidado no mercado ajuda a formar quem ainda busca espaço, garantindo renovação, qualificação e continuidade da força de trabalho.O senador ressalta o desemprego e a inclusão precária no mercado de trabalho têm efeitos perversos na capacidade produtiva dos jovens, tornando-os vulneráveis socialmente.

“Jovens sem emprego formal não são filiados ao sistema público de previdência e, por isso, estão mais expostos aos riscos sociais”, reforça o parlamentar, que apresentou no Senado um projeto de lei que acrescenta novos artigos à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada em 1º de maio de 1943, para propor a contratação de um percentual mínimo de jovens nas empresas com mais de cinquenta empregados.

Na última década, mais de 2,2 milhões de pessoas ficaram desempregadas, sendo uma das pontas mais sensíveis desse flagelo nacional, a população jovem, entre 18 e 24 anos. Nessa faixa etária, um em cada quatro jovens está desocupado no país, de acordo com o IBGE. Neste ano, as taxas continuam acima da média dos anos anteriores à pandemia. O desemprego atinge 73 milhões de jovens em 2022, contra 75 milhões em 2021.

O parecer de Paulo Paim reforça que a proposta dialoga com a função social da empresa e com o papel do Estado na promoção do emprego e da inclusão produtiva da juventude. Segundo o relator, a medida contribui para reduzir desigualdades, estimular a qualificação profissional e fortalecer o mercado de trabalho formal, sem criar distorções, ao estabelecer critérios objetivos e proporcionais ao porte das empresas.

Caso seja aprovado, o projeto deve beneficiar milhares de jovens em todo o país, ampliando o acesso ao emprego com carteira assinada, direitos garantidos e perspectiva de crescimento profissional. Para o Pará e para o Brasil, a iniciativa de Jader Barbalho reafirma uma visão que olha para o futuro sem romper com o que sempre funcionou: trabalho digno, formação profissional e responsabilidade social caminhando juntas — porque país que não aposta nos seus jovens, cedo ou tarde, cobra essa conta.