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Jader Barbalho defende transformar bambu em oportunidade sustentável

Em ofício encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Jader Barbalho (MDB-PA), destacou a urgência da regulamentação da Lei nº 12.484, de 8 de setembro de 2011, que institui a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu. A norma é vista como um marco histórico por reconhecer o potencial socioeconômico e ambiental do bambu nativo, especialmente para a agricultura familiar da Amazônia.

O senador paraense ressalta que, apesar de estabelecer apenas diretrizes gerais, cabe agora ao governo federal transformar essa base legal em políticas concretas capazes de gerar renda, proteger o bioma e impulsionar novas cadeias produtivas. “Temos esse desafio pela frente, o de transformar o bambu brasileiro em oportunidade sustentável”, ressalta Jader Barbalho.

Jader Barbalho lembra que a COP 30, realizada em Belém, ampliou o foco global sobre as florestas tropicais e reforçou a necessidade de buscar soluções rápidas e eficazes para a captura e fixação de carbono.

“Nesse cenário, o bambu — presente de forma abundante em cerca de 180 mil quilômetros do bioma amazônico no Brasil e no Peru — surge como alternativa estratégica. A gramínea apresenta capacidade de sequestro de CO² superior à de diversas espécies arbóreas utilizadas em reflorestamentos industriais, podendo absorver entre 15 e 30 toneladas de carbono por hectare ao ano”, explica o senador.

Jader lembra que o mundo enfrenta um desequilíbrio climático cada vez mais acelerado e que a humanidade tem a responsabilidade de adotar mecanismos urgentes para descarbonizar a atmosfera. A regulamentação da chamada “Lei do Bambu” é apontada por ele como passo decisivo nessa direção, pois abrirá caminho para o manejo sustentável das espécies brasileiras e para sua transformação em ativo ambiental, produtivo e econômico.

O Brasil abriga cerca de duzentas espécies, um patrimônio natural que, se adequadamente manejado, pode gerar emprego, renda e créditos de carbono, beneficiando diretamente pequenos produtores.

Além do impacto ambiental, o bambu reúne características que favorecem sua adoção pela agricultura familiar: crescimento rápido, fácil propagação, manuseio simples e múltiplas aplicações industriais. Seus usos vão da construção civil e do setor moveleiro à indústria alimentícia, com destaque para brotos com valor comercial crescente. Outra vantagem relevante é o fato de que sua raiz permanece no solo após cada colheita, permitindo vários ciclos produtivos anuais sem necessidade de replantio ou perturbação da camada superficial, reduzindo custos e evitando danos ambientais.

Jader Barbalho afirma que a regulamentação permitirá que agricultores familiares avancem também na manufatura, elevando significativamente sua renda com a produção de cadeiras, biombos, painéis, estruturas arquitetônicas e alimentos derivados da planta. Segundo ele, esse movimento pode desencadear uma verdadeira revolução no campo, articulando inclusão social, desenvolvimento regional e conservação ambiental.

No ofício ao presidente Lula, o senador pede que o governo avalie a inclusão do manejo do bambu em programas de crédito de carbono, garantindo um mercado estável e linhas específicas de financiamento. A medida, afirma, é essencial para consolidar o bambu como peça-chave da estratégia global de descarbonização e para posicionar o Brasil como protagonista nas soluções climáticas defendidas na COP 30.

Com a regulamentação da Lei nº 12.484, o senador paraense  acredita que o país não apenas fortalecerá suas políticas ambientais, mas também abrirá novas oportunidades para milhares de famílias rurais, valorizando a tradição, o conhecimento local e a vocação amazônica para a produção sustentável.