O Ministério da Saúde anunciou que vai incorporar a vacina contra a dengue no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Sem data prevista para iniciar a vacinação, o governo federal aguarda a conclusão de pesquisas e avanços tecnológicos relacionados ao imunizante. A Anvisa já aprovou uma nova vacina para prevenção da dengue produzida pelo laboratório Takeda. Para ser distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o imunizante precisa passar pela análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec). De acordo com o Ministério, o assunto é tratado com a devida urgência pela atual gestão.
Para o senador Jader Barbalho (MDB), a inclusão de vacina contra a dengue no Programa Nacional de Imunizações (PNI) é uma medida necessária, uma vez que a incidência e número de mortes aumentam a cada ano.
Em março deste ano, após o anúncio do aumento de casos no Brasil, o senador encaminhou um ofício à ministra da Saúde, Nísia Trindade, solicitando a incorporação de um imunizante que neutralize os efeitos da dengue.
Ao tomar conhecimento de que o Ministério está apenas aguardando a conclusão do processo de incorporação da primeira vacina aprovada pela Anvisa, Jader destacou a importância da inclusão de um imunizante contra a dengue nas campanhas nacionais de vacinação. “O Programa Nacional de Imunizações é uma das mais importantes políticas públicas na área de saúde com resultados históricos reconhecidos mundialmente”, lembrou
“Em um país onde vemos aumentar os casos de dengue, e pior, os óbitos em razão da doença, é necessário habilitar uma vacina que possa proteger nossa população”, destacou. O senador lembra que nos primeiros meses de 2023, foi registrado aumento dos casos de dengue em todas as regiões do país, quando comparado com mesmo período do ano passado.
Nos últimos anos, o Brasil tem registrado o surto mais mortal da doença desde que os dados começaram a ser compilados. Em 2022, foram 1.017 mortes por dengue no país, um recorde histórico. E os números permanecem elevados, com 635 óbitos registrados apenas no primeiro semestre de 2023.
Preocupado com o avanço do surto em municípios paraenses, como em Belém e Parauapebas, Jader Barbalho alerta que as ações de prevenção continuam sendo as mais efetivas. “A vacina é um fato novo que pode reduzir os óbitos pela doença, mas o controle do vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti continuará a depender de uma série de ações combinadas na saúde pública e que exigem a vigilância constante da população”.
As campanhas de conscientização, na opinião do parlamentar, são fundamentais para orientar as pessoas a acabarem com qualquer reservatório desprotegido de água parada nas casas.
Além da vacina produzida pelo laboratório japonês e aprovada pela Anvisa, os testes de um imunizante produzido pelo Instituto Butantan, de São Paulo, estão em fase avançada e na última etapa da pesquisa, quando é aplicada em voluntários. Os dados completos sobre esse novo imunizante devem ser publicados em 2024.
SUS
O senador Jader ressalta que o Brasil é o único país no mundo que oferece um sistema universal gratuito de saúde, disponível para todos os brasileiros, incluindo o Programa Nacional de Imunização. À frente do Ministério da Previdência e Assistência Social durante os anos de 1988 a 1990, durante o governo do ex-presidente José Sarney, coube ao senador Jader Barbalho apresentar a legislação complementar ao artigo 196 aprovado pela Assembleia Constituinte em 1988.
O SUS enfrentou o maior desafio de sua história com a chegada da pandemia do coronavírus, em 2020. “O SUS ainda requer muitos ajustes e mais investimentos, mas a pandemia do coronavírus provou que a maturidade política na década de 80, de universalizar a saúde e descentralizar o atendimento foram acertadas e necessárias”, ressalta Jader Barbalho, responsável por viabilizar a criação do SUS.