O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prorrogou o prazo para encerrar a coleta de dados do Censo Demográfico 2022 para o final de dezembro deste ano. A previsão era que a operação fosse encerrada em 31 de outubro, mas, de acordo com informações divulgadas pelo próprio Instituto, a falta de recenseadores é um dos motivos que está provocando atrasos na conclusão de coleta das informações necessárias. Os dados mostram que o número de recenseadores que estão trabalhando no Censo é de 95.448, 52,2% do total de vagas que estavam disponíveis para a ação.
Para o senador Jader Barbalho (MDB-PA), a notícia é preocupante já que o Censo é o único instrumento capaz de trazer com riqueza de detalhes os dados dos municípios. “Esses dados servem como base para a distribuição de vacinas e remédios em postos de saúde, estabelece em qual faixa de pagamento do Fundo de Participação dos Municípios – FPM o município será enquadrado, ajuda na confecção de políticas públicas, na concessão de benefícios e na previsão de gastos futuros com a Previdência, entre outros”, alerta o senador.
A falta de dados atualizados provocou uma discrepância entre o número de eleitores registrados comparado ao número de habitantes em pelo menos oito municípios paraenses. Essa diferença acontece porque os dados do IBGE estão desatualizados, já que o último censo foi feito em 2010, em relação aos levantados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Vejo com preocupação essa situação. O governo federal precisa esclarecer o que de fato está ocorrendo com a contratação de recenseadores que, de acordo com informações que recebemos, reclamam da demora no pagamento, atrasos nos repasses do auxílio-deslocamento entre outros pagamentos. Isso não pode acontecer. Essas pessoas estão trabalhando diariamente, percorrendo os municípios, coletando informações fundamentais para o país”, protestou o senador.
Jader Barbalho encaminhou ao presidente do IBGE, Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, um ofício solicitando informações sobre o andamento do Censo Demográfico de 2022. “Em virtude da enorme importância e dos benefícios que o Censo Demográfico tem para o país, é necessário que o IBGE esclareça quais as providências que estão sendo tomadas para sanar as reivindicações dos que já estão contratados recenseadores e a previsão para a contratação e treinamento de novos recenseadores”, questiona o senador no documento.
Jader também pergunta ao presidente o motivo para o atraso no repasse do pagamento para os recenseadores, tendo em vista que os recursos foram assegurados pelo Orçamento da União de 2022. O senador solicita ainda a informação sobre a estimativa real para a finalização do Censo de 2022.
Em 14 de setembro, o IBGE abriu, em caráter de urgência, um novo concurso para contratar mais de 8.000 recenseadores e agentes censitários para trabalhar no Censo 2022. Isso aconteceu bem no meio dos trabalhos do Censo, que começaram em agosto. Em quase dois meses de entrevistas, menos de 30% dos setores que compõem a pesquisa foram concluídos, segundo o IBGE. A previsão era concluir o trabalho até o final de outubro, mas o IBGE anunciou o adiamento até dezembro. Em agosto, quase 20 dias após o início das pesquisas, o IBGE divulgou que já havia feito 6.550 rescisões de contratos de trabalhadores temporários.
