A pandemia do coronavirus atingiu em cheio diversas categorias profissionais que perderam sua principal atividade econômica. Entre elas estão os profissionais autônomos do transporte de passageiros, como motoristas de aplicativos, taxistas, de vans escolares, entre outros, que, por conta do isolamento social, sentiram o impacto imediato no bolso com a redução de até 80% no número de passageiros. Com a redução de pessoas que deixaram de sair de suas casas para trabalhar, estudar, ir às compras entre outras atividades, esses motoristas autônomos tiveram um desafio duplo: precisaram se proteger da doença ao ter contato com diferentes pessoas, e ao mesmo tem arcar, do ponto de vista econômico, com a queda abrupta da demanda de clientes.
Uma das principais preocupações de quem faz parte deste grupo, são aqueles que adquiriram seu veículo próprio por meio de financiamento e, com a paralisação de todas as atividades nas cidades, e o desaparecimento de passageiros, acabaram vendo sua renda desabar e não conseguem manter o compromisso do pagamento das prestações.
Para ajudar a mais uma categoria profissional atingida abruptamente pela pandemia do coronavírus, o senador Jader Barbalho está propondo um projeto de lei que prevê a concessão de benefícios aos profissionais autônomos do transporte de passageiros, durante a vigência do Estado de Calamidade Pública.
O senador paraense propõe, entre outras medidas, que o pagamento das prestações de financiamento em instituições financeiras de veículos automotores para quem utiliza para o seu trabalho, seja suspenso por seis meses e que não sejam cobradas multas nem acréscimos ao final do período; e que durante o período de seis meses, as instituições financeiras não poderão requerer a busca e apreensão do veículo financiado pelo profissional autônomo de passageiros, por inadimplência.
“Trata-se de uma categoria que foi diretamente atingida na medida em que as pessoas se viram obrigadas a manter o isolamento social. Os motoristas não tiveram como exercer sua atividade durante a decretação do estado de calamidade pública em função do coronavírus, ficando sem sua principal fonte de renda e passando por dificuldades financeiras” lembrou o senador Jader ao defender as razões de seu projeto de lei.
“Os benefícios que estou propondo com este projeto de lei são reivindicações dos próprios profissionais autônomos de passageiros e são mais do que justos, principalmente em relação aos taxistas, que tiveram a maior perda de clientes com a situação que estamos vivendo atualmente, no enfrentamento desta grave crise provocada pela pandemia” explicou o parlamentar paraense.
Os taxistas, que perderam espaço para os aplicativos, também reclamam da falta de clientes. Sindicatos representantes da categoria alegam que o número de chamados teve queda de até 95%.
De acordo com o presidente-executivo (CEO) mundial da plataforma Uber, Dara Khosrowshahi, a redução do número de passageiros foi superior a 70% em todo o mundo. Com isso, a Uber já demitiu, apenas no Brasil, mais de 7 mil funcionários até o momento.
Motoristas de aplicativos que ainda estão fazendo viagens reclamam da queda da receita diária, que teria caído em média de R$ 300,00 por dia para R$ 50,00 devido a pandemia, o que, muitas vezes, segundo eles, não paga nem o combustível.