As universidades federais de todo o país enfrentam a mais séria crise financeira dos últimos anos. Essa asfixia financeira estende-se às 63 universidades federais do país. As quatro universidades federais do Pará não ficaram imunes e acabaram sendo gravemente afetadas pela crise. Nesse momento encontram-se mergulhadas em dívidas e obrigadas a renegociar contratos com prestadores de serviços.
“Estamos sendo obrigados a escolher quais contas pagar no final do mês” relata angustiado o reitor da Universidade Federal do Pará, Emmanuel Tourinho, lembrando que nos últimos quatros anos, o número de alunos na UFPA dobrou enquanto a verba empenhada ano a ano pelo governo federal à Universidade Federal do Pará teve uma redução drástica representando hoje perda de mais de 80%.
Para o senador Jader Barbalho (MDB), que defende alternativas de financiamento para as universidades, a situação é preocupante e exige a participação de todos. “As universidades federais são estratégicas para o desenvolvimento do país por serem as principais produtoras de ciência, tecnologia e inovação, instrumentos eficazes para superação das desigualdades regionais. Temos no Congresso parlamentares comprometidos com a educação e por isso unimos esforços para destinar recursos do orçamento geral da união de 2019, por meio de emenda de bancada, para as universidades paraenses” informou o senador Jader, reeleito para um novo mandato de oito anos.
Jader Barbalho lembrou que no ano passado também trabalhou para que a bancada federal paraense destinasse recurso para as universidades paraenses. “Louvo a participação unânime da bancada em favor do fortalecimento do ensino público superior no Pará, mas infelizmente, sabemos, isso ainda não é suficiente. Por essa razão estamos em busca de outras alternativas” revela Jader.
O senador antecipou que, no caso da Universidade Federal do Pará, um grande esforço está sendo concebido para a construção de parcerias entre o Governo do Estado e a academia paraense. “Vejo com muita tristeza o sucateamento das instituições federais, e se o governador Helder puder, de alguma forma contribuir para que os milhares de alunos que já ingressaram e os que pretendem ingressar na nossa UFPA continuem tendo uma educação de qualidade, tenham certeza de que podem contar com nosso empenho”, destacou Jader Barbalho.
PARCERIA UFPA E GOVERNO
Quem detalha ao DIÁRIO a construção dessa parceria é o reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho. Ele ressaltou que, desde o início da crise das universidades federais no país, o governador Helder Barbalho demonstrou preocupação sobre a forma como isso afetaria não somente a UFPA como as demais instituições no Estado.
“Com o agravamento da crise passamos a conversar sobre a construção de parcerias como, por exemplo, alternativas para avançarmos no trabalho de formação de professores por meio do Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor)”, ressalta o reitor.
Tourinho também relacionou parcerias na área de produção acadêmica, sobretudo no aprofundamento de produção em ciência e tecnologia. “A universidade tem expertise, tem trabalhos inéditos que convergem com as necessidades imediatas do Estado do Pará e que podem ser implantados em parceria com a secretaria estadual de Ciência e Tecnologia”, exemplificou mais uma vez Tourinho.
Para o senador Jader Barbalho, um dos maiores entusiastas da expansão do ensino público, a parceria que está sendo formada entre o futuro governo e a UFPA pode revelar talentos outrora desconhecidos da sociedade paraense. “Essa é a grande essência da produção acadêmica, é dar a oportunidade ao cidadão de contribuir com ideias dentro de seu ambiente. E ninguém conhece mais o Pará do que o paraense” comemorou Jader.
UNIFESSPA
Além do trabalho que está sendo construído para estabelecer a parceria com a UFPA, o senador Jader Barbalho quer fazer mais pelas universidades no Estado. Ele recebeu, na semana passada, em seu gabinete em Brasília, o reitor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Maurílio Monteiro acompanhado do secretário de Infraestrutura da universidade, Lucas Farias.
A Unifesspa foi criada em 2013 pela então presidente da República, Dilma Rousseff. De lá para cá registrou aumento de 80% no número de novos alunos. O número de campi da Unifesspa saltou de um para cinco e 22 cursos foram criados, chegando a 38 no ano passado. Mas a instituição já opera com um orçamento menor, considerando a inflação, do que quando foi criada pelo governo federal e precisou fazer cortes em diversas áreas.
Mesmo assim o reitor Maurílio Monteiro afirma que a demanda de alunos é crescente na região e que é preciso buscar parceria para atender aos estudantes que desejam ingressar em uma universidade e que nunca tiveram essa oportunidade. “É por essa razão que venho buscar novamente o apoio do senador, que tem sido incansável na luta pela manutenção de nossa universidade”, disse o reitor durante visita.
Maurílio mostrou a existência de uma estrutura de prédios construídos pelo Ministério da Educação há 10 anos e nunca utilizados em Santana do Araguaia e que poderiam ser utilizados pela Unifesspa para ampliar a oferta de cursos e de vagas nas regiões Sul e Sudeste do Pará.
Assim como o reitor, o senador Jader Barbalho também ficou entusiasmado com a ideia. “Sou claramente a favor da educação pública e gratuita, acho que ela é fundamental em todos os sentidos, desde a possibilidade de ascensão social, como também pelo papel do Estado na formação intelectual do cidadão”, disse o senador durante o encontro com os representantes da Unifesspa.
Jader Barbalho vai levar o relatório entregue pelo reitor Maurílio Machado para análise do governador eleito Helder Barbalho. A proposta é que o Estado também estabeleça parcerias com a Unifesspa.