Jader Barbalho - Jader alerta que 40 cidades do Pará podem ficar fora

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Jader alerta que 40 cidades do Pará podem ficar fora

Quase 30% dos municípios paraenses devem ficar fora da implantação da tecnologia do 5G, a quinta geração de telefonia móvel que promete fazer uma revolução na transmissão de dados, com alta velocidade que pode acelerar o desenvolvimento de setores que são a base de nossa sociedade, como saúde, transporte e, principalmente, a educação, que têm sido tão demandada neste período de pandemia com aulas remotas. No entanto, mais uma vez, parte da população paraense deve ficar de fora desse avanço. São 40 municípios do Pará que não contam com um segmento de rede chamado backhaul, a fibra óptica necessária para a implantação do novo sistema.

Por causa da velocidade, a tecnologia 5G vai permitir que diversas tarefas do cotidiano sejam agilizadas e otimizadas. Baixar um filme, por exemplo, será uma ação feita em apenas alguns segundos. A rede da quinta geração também deve consumir até 90% menos energia que as redes 4G atuais e tornar o acesso mais barato e ecológico.

“Lamentavelmente, esses 40 municípios paraenses que não possuem estrutura para a chegada da nova tecnologia são exatamente aqueles listados em rankings com os menores índices de Desenvolvimento Humano”, destaca o senador Jader Barbalho (MDB-PA). Ele solicitou ao presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Leonardo Morais, informações sobre as providências que estão sendo tomadas para que os 40 municípios paraenses não sejam excluídos da nova rede de telefonia móvel.

“O acesso a uma rede de internet de qualidade é a base para quebrar esse ciclo de desigualdade que ficou mais evidente nesses 14 meses de pandemia. A educação por via remota não chegou a milhões de estudantes brasileiros. Enquanto as crianças de maior poder aquisitivo tiveram a oportunidade de contar com alta tecnologia de acesso, os que vivem em situação mais vulnerável não puderam estudar”, lamentou Jader Barbalho.

O senador ressalta que, entre os 40 municípios do Pará que podem ficar sem a rede 5G, oito são do Marajó, região com um dos mais baixos níveis de desenvolvimento humano e que se destacam por estarem na lista dos piores IDHs do Brasil. “São milhares de alunos sem condições de acompanhar as aulas de forma adequada durante esta pandemia. Esses estudantes não podem ser condenados à exclusão em um processo que envolve recursos de alto vulto. É preciso aproveitar essa oportunidade para promover a igualdade nessa esquecida região do Pará, bem como nos demais municípios que sofrem sem uma conexão de qualidade”, frisou o parlamentar.

Das 12 cidades do Marajó, oito não possuem tecnologia de fibra óptica: Anajás, Cachoeira do Arari, Chaves, Muaná, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista e Soure.

Além dessas cidades, outros municípios paraenses listados pelo Mapa da Pobreza – levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas que lista os municípios mais pobres do Brasil – também fazem parte da relação dos 40 municípios paraenses que não têm estrutura para receber a rede 5G: Bagre, Chaves, Limoeiro do Ajuru, Santa Cruz do Arari e Viseu.

“Esses municípios são carentes de inovações tecnológicas e com pouco acesso às redes de internet, o que tem dificultado o acompanhamento das aulas pelos alunos das redes públicas de ensino durante a pandemia do coronavírus”, lembra o senador Jader Barbalho.

Na opinião do parlamentar, o impulsionamento do acesso ao ensino a distância é um dos fatores mais importantes que a tecnologia 5G vai permitir, “além do aumento do estímulo a educadores e desenvolvedores de tecnologia com foco na expansão do 5G na educação”.

OBRIGAÇÕES DE INVESTIMENTOS

A ausência da fibra óptica afeta 908 cidades brasileiras. Para essas cidades, a previsão do edital de licitação é de que o 5G só consiga atender 100% a demanda em 31 de dezembro de 2025.

A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) conseguiu fazer a atualização da lista de municípios que não possuem o backhaul. Da listagem anterior feita pela Anatel, que previa 1.600 cidades sem o sistema, a Abrint reduziu para os 908 atuais, que, segundo a Associação, deverão ser priorizadas para que tenham infraestrutura adequada no momento da finalização do edital do 5G.

“Essa campanha que a associação vem fazendo para atualizar as cidades que possuem ou não o backhaul de fibra, é de extrema importância para que a Anatel seja assertiva na alocação das obrigações de investimento”, expõe Alessandra Lugato, diretora executiva da Abrint.

ENSINO E APRENDIZAGEM

O acesso a mídias digitais e amplos conteúdos têm oferecido diversas oportunidades de ensino e aprendizagem a professores e alunos. Contudo, a chegada da tecnologia 5G promete potencializar todas essas inovações e criar oportunidades para educadores e estudantes.

E entre as razões dessa grande revolução do 5G na educação está, por exemplo, o fortalecimento e ampliação da interatividade com melhorias e aumento de possibilidades de videoconferências, ampliação do ensino móvel e à distância e viabilização de conversão à distância mais fluida e natural.

O impulsionamento do acesso ao ensino a distância também é listado como um dos ganhos da tecnologia 5G, além do aumento do estímulo a educadores e desenvolvedores de tecnologia com foco na expansão do 5G na educação.

A popularização da tecnologia 5G na educação permitirá o acesso ao ensino a muito mais pessoas, facilitando a aprendizagem e ampliando recursos. Consequentemente, o Brasil terá a formação de novos profissionais com uma visão ampla da tecnologia e capacitados para atuar em diversas frentes.

Isso pode significar o aumento de novos negócios, o surgimento de novas profissões e a otimização de tarefas e recursos. Setores como a agricultura, indústria e meio ambiente são apenas algumas das áreas que serão mais influenciadas pelos resultados do 5G na educação.

EDITAL

O edital para o leilão, aprovado pelo Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), está sendo analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que já identificou algumas discrepâncias nos estudos econômicos inseridos no edital da quinta geração de telefonia móvel (5G). Se forem identificados pontos de incerteza pelos auditores do TCU, o documento vai retornar para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que essas lacunas sejam resolvidas ou justificadas.

A expectativa é que o TCU conclua a análise do edital até o fim do primeiro semestre. Está entre as exigências para participação no leilão da rede 5G, a alocação de recursos para a implementação de redes de transporte em fibra óptica na região Norte (Programa Amazônia Integrada e Sustentável – Pais). A previsão é que sejam implantados 13 mil quilômetros de cabos de fibra óptica nos leitos dos rios da Região Norte.