Jader Barbalho - Jader defende projeto da Embrapa para tratamento de esgotos

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Jader defende projeto da Embrapa para tratamento de esgotos

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 75% das residências rurais no Brasil não possuem sistemas de tratamento ou de destinação adequados de esgoto que, em geral, é despejado em fossas rudimentares, em valas ou, diretamente, no solo ou em córregos, rios e lagoas. O mesmo instituto mostra que a população que reside em áreas rurais ou em comunidades isoladas representa mais de 31 milhões de habitantes, a maioria sem acesso a serviços adequados de saneamento básico, ou seja, que despejam incorretamente os dejetos, que acabam entrando em contato com o solo, sendo um risco para o meio ambiente e para a saúde das pessoas.

No Pará, Estado que tem 1,2 milhão de quilômetros quadrados de área, essa situação é recorrente já que, tanto no meio urbano quanto no rural, a falta de saneamento básico acaba afetando a saúde da população e elevando os custos de procedimentos médicos. O contato de dejetos com o solo, rios e águas é o principal vetor de doenças como cólera, hepatite, diarreia, entre outros.

Por essa razão, um projeto desenvolvido pela Embrapa, que pode levar tratamento de esgoto de baixo custo para zona rural, chamou a atenção do senador paraense, Jader Barbalho (MDB). “Considero essa descoberta de extrema importância para melhorar a qualidade de vida da população do campo e daquelas que vivem em localidades isoladas”, comemora o senador. Ele lembrou que, por se tratar de um sistema de baixo custo, “pode levar o saneamento básico para as regiões onde a falta de saneamento afeta de forma mais impactante o meio ambiente e a saúde das pessoas”

Em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária desenvolveram um modelo de estação de tratamento de esgoto para atender as comunidades rurais por meio de um sistema de fossa comunitária que também gera água que pode ser usada nas plantações.

Além da população rural mais isolada, o projeto também pode ser levado aos povos tradicionais, como indígenas e quilombolas, com uma estimativa de público em cerca de 500 habitantes por cada estação montada. “É o fato de que apenas uma unidade ser capaz de tratar o esgoto de uma comunidade inteira que torna esse projeto ainda mais atraente para o Pará”, destaca o senador.

SOLUÇÕES SIMPLES E EFICIENTES

Jader encaminhou uma solicitação ao presidente da Embrapa, Celso Moretti, para que sejam enviados ao gabinete do parlamentar paraense, mais detalhes sobre o projeto. “Pelo que entendi, trata-se de um projeto com soluções simples, eficientes e facilmente replicáveis”, ressaltou.

A intenção do senador Jader Barbalho é de trabalhar junto aos principais representantes do setor agropecuário para que o projeto seja expandido pelo território paraense. O parlamentar informou que, tão logo receba as informações necessárias requisitadas junto ao presidente da Embrapa, vai encaminhar cópias para a Federação da Agricultura do Estado do Pará (Faepa), para a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), para as secretarias estaduais de Meio Ambiente, de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca; entre outras.

A intenção, segundo informou o parlamentar, e divulgar o projeto para os municípios paraenses, “sobretudo para os com menos de 50 mil habitantes, que poderão solicitar recursos para a Fundação Nacional de Saúde [Funasa], tão logo seja aberto o prazo para cadastramento de propostas junto ao programa Saneamento Básico em Áreas Rurais e Comunidades Tradicionais”, alertou.

O senador acredita que a expansão do uso do novo sistema de tratamento, desenvolvido pela Embrapa, pode contribuir para o uso sustentável do esgoto. “Ao mesmo tempo em que o processo evita a contaminação do solo, promove também a reutilização da água tratada na agricultura, que é responsável pelo consumo de 70% do abastecimento nacional”, lembrou Jader Barbalho.

O projeto da Embrapa, alternativo ao uso da fossa séptica, resolve também uma das principais dificuldades dos pequenos agricultores ou pequenas comunidades agrícolas: o custo. De acordo com o engenheiro ambiental, Carlos Eduardo Pacheco, que participou do projeto, ele é de fácil instalação que pode ser realizado por meio de mutirões na comunidade, o que reduziria bastante o custo.

O projeto piloto está em funcionamento na Embrapa Hortaliças, localizada em Samambaia, região administrativa do Distrito Federal. Além de diminuir os malefícios à saúde e ao meio ambiente, os pesquisadores demonstram que a água tratada também pode ser útil na produção de alimentos.

O sistema foi testado em uma plantação de alfaces, onde a água foi usada em irrigação por gotejamento, assim ela não entra em contato direto com as folhas. “Foram geradas hortaliças verdes, grandes e com folhas bem formadas”, relataram os pesquisadores.

Para garantir a segurança do consumidor, a água usada na irrigação é testada em laboratório, para verificar a presença de coliformes, ou seja, se há ou não resíduos de fezes nela. “Até o momento, todas as amostras deram negativo para salmonela e outros tipos de contaminação tiveram parâmetros dentro do permitido pela legislação brasileira, portanto sem risco à saúde”, afirma a Embrapa.