A Universidade do Estado do Pará acaba de completar 26 anos apostando em novos projetos, na ampliação de suas atividades acadêmicas e em um maior envolvimento com a sociedade paraense. Criada em 18 de maio de 1993, pelas mãos do então governador Jader Barbalho, a universidade está presente em 17 municípios do Estado e mantém cerca de 17 mil alunos matriculados nos 31 cursos de graduação presencial e a distância, e nos de pós-graduação Lato e Stricto Sensu. A meta agora é investir na ciência, e para isso a UEPA quer contar com o apoio da bancada federal do Pará.
Na semana passada, o diretor de Apoio à Extensão da Universidade, Osvando dos Santos Alves, esteve no Congresso Nacional buscando apoio para os novos projetos. Em visita ao senador Jader Barbalho (MDB), o professor teve a oportunidade de apresentar um relatório com o trabalho que já foi feito nos últimos anos, e os desafios e propostas para o futuro da UEPA.
“Foi muito importante receber em meu gabinete a visita de um representante da UEPA, universidade que criei quando fui governador do Pará. É muito bom saber que, graças ao formato com que foi criada na época, a instituição tem permitido que milhares de jovens paraenses tenham acesso ao ensino superior gratuito de qualidade” comemorou o senador.
Jader Barbalho disse que a UEPA foi criada para que o acesso aos cursos oferecidos fosse priorizado para alunos de baixa renda e oriundos de escolas públicas. No último vestibular, por exemplo, 64% dos aprovados saíram de escolas públicas e 85% dos inscritos foram isentos da taxa de inscrição, ou seja, comprovaram que eram alunos de baixa renda.
“É reconfortante poder participar da vida acadêmica da UEPA. Quando vejo a juventude de todo o país nas ruas, defendendo a educação, o ensino público gratuito e de qualidade, remeto minhas lembranças ao ano de 1993, quando criei a Universidade do Estado do Pará, cujo objetivo era exatamente esse, dar a todo jovem paraense a oportunidade de poder ter acesso ao ensino superior, poder realizar sonhos e transformar vidas, independentemente da classe social, raça ou cor. Essa sempre foi minha meta, meu desejo”, disse o senador ao receber o professor Osvando Alves.
APOIO DA BANCADA FEDERAL
O senador firmou o compromisso de contribuir para que a bancada federal do Pará absorva a importância de ajudar a universidade estadual a ampliar os projetos para o ano de 2020. Para isso, segundo informou, vai conversar com os coordenadores da bancada, senador Zequinha Marinho (PSC) e deputado federal Eder Mauro (PSD), para apresentar as principais demandas da universidade.
Entre as demandas apresentadas pela UEPA está a de ampliar o trabalho na área da ciência e produção do conhecimento junto à comunidade amazônica. Esse trabalho, de acordo com o professor, tem sido possível graças à manutenção do Centro de Ciências e Planetário do Pará (CCPP), que recebe cerca de 50 mil pessoas por ano nas sessões da Cúpula Kwarahy, oficinas e exposições centradas nas áreas de Biologia, Física, Matemática, Química, Geologia e Astronomia.
Único da região amazônica, criado em 1999, o Planetário do Pará desenvolve ações educativas com o objetivo de difundir, promover e aplicar o conhecimento em Ciências, por meio da interação com os visitantes. Na Cúpula, é possível se imaginar em pleno
Um planetário é um local onde ocorrem apresentações sobre astronomia, e que simula o céu, colocando o expectador como se ele estivesse em pleno espaço celeste, com a oportunidade de explorar planetas e estrelas. Normalmente, é constituído por uma abóbada ou cúpula e por uma máquina colocada no seu centro, que projeta os diferentes objetos celestes.
O Planetário do Pará é considerado um dos 10 museus mais visitados do Brasil. Recebe grupos de estudantes desde o ensino infantil até o médio para conhecer as instalações que demonstram na prática o que é aprendido em sala de aula. A maior parte dos estudantes não consegue compreender o porquê de aprender ciências, geografia, física ou astronomia. Assim, eles poderão perceber a ciência de uma forma totalmente nova.
O Planetário, segundo informou o senador Jader Barbalho, precisa renovar os equipamentos que permitem todo o trabalho de educação e interação com os estudantes e com os visitantes que comparecem ao local. “É uma demanda para o próprio Estado. O Pará é o único estado, em toda região amazônica que tem um planetário em atividade permanente, que recebe visitas não apenas de todas as regiões, mas também de toda a Amazônia Legal. Estamos incentivando e despertando o conhecimento das crianças para a ciência, a matemática, a física e a criatividade. Isso não tem preço”, destacou Jader Barbalho.
LICEU DE MÚSICA
Outra atividade acadêmica que mereceu a atenção do senador foi a formação do Liceu de Música de Bragança, administrado pela Universidade do Estado do Pará, que vai ofertar cursos livres gratuitos em música, como canto coral, flauta doce e formação teórica para bandas.
“O paraense tem a musicalidade no sangue. Temos talentos natos. A qualidade e diversidade dos ritmos regionais é única e criar incentivo é fundamental. Confesso que fiquei bastante entusiasmado ao tomar conhecimento de que teremos um Liceu de Música, que necessita agora do nosso apoio para comprar instrumentos” informou Jader Barbalho.
UEPA NAS COMUNIDADES
O diretor da UEPA também apresentou as ações desenvolvidas pela universidade junto à população paraense. O Projeto UEPA nas Comunidades é um conjunto de ações sociais e educativas de atendimento direto à população com serviços básicos como atendimento na área da saúde.
A mais recente foi realizada em Bujaru, no dia 19 de maio, e reuniu cerca de 70 voluntários, entre médicos e acadêmicos dos cursos de Medicina, Enfermagem, Educação Física, Fisioterapia e Música da Uepa. A equipe ofereceu à população da cidade, colônias e ramais, serviços de orientação postural, orientação jurídica, aferição de pressão, atividades físicas, exame de glicemia, preventivo (PPCU), tipagem sanguínea, atendimento em clínica médica, mastologia, ginecologia, ortopedia, cardiologia e neurologia. De 10h às 13h30 foram contabilizados 1.672 atendimentos.
Os serviços foram prestados, simultaneamente, no Centro Social da Paróquia São Joaquim, na Escola Municipal São Joaquim e no Consultório Móvel, todos localizados no centro de Bujaru. Houve também uma oficina de violão oferecida pelos acadêmicos de música, em uma igreja evangélica.
UEPA ZIKA ZERO
Neste domingo, o Projeto Uepa nas Comunidades acontece, de 8h as 12h, e é intitulado de Uepa Zika Zero. A atividade irá orientar os moradores e estudantes das escolas localizadas em torno do Centro de Ciências e Planetário sobre as formas de combate, proliferação do mosquito Aedes Aegypti, e a prevenção conta o H1N1. A ação se estenderá aos demais campi, conforme informou a assessoria da Universidade.
Ainda de acordo com a assessoria, a UEPA mantém o Centro Saúde Escola do Marco (CSE), uma unidade de ensino e assistência com características organizacionais de policlínica, com atendimento em vários níveis de complexidade, entre eles, o da atenção básica e de especialidades. A equipe, de acordo com a universidade, é multiprofissional composta por médicos, clínicos, ginecologistas e obstetras, assistente social, nutricionista, psicólogos, dentistas, educador físico, laboratórios de análises clínicas e patológicas.
De acordo com a assessoria, o Centro de Saúde Escola atendeu, em 2017, 245 mil pessoas e em 2018, 260 mil pacientes.