O senador Jader Barbalho (MDB) encaminhou uma solicitação à presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Suzana Cordeiro Guerra, pedindo que sejam revisados os cálculos da renda domiciliar per capita no Estado do Pará. A razão que levou o representante da população paraense a questionar os dados estatísticos do Instituto foi a diferença encontrada no último levantamento que mostrou aumento na renda domiciliar per capita no Pará de aproximadamente 20,32%, no ano de 2018, se comparada ao ano de 2017, passando de R$717,00 para R$ 863,00, o que contradiz dados do mesmo IBGE, usados pelo Ministério da Cidadania que indicaram piora no quadro social da população paraense em 2018, ocasionado pelo desemprego e pela elevação no número de famílias que vivem abaixo da linha da pobreza.

“É necessário que se esclareça quais são os dados corretos para que o Pará não seja mais uma vez severamente prejudicado, uma vez que, além dessa ‘melhoria na qualidade de vida’ não condizer com a realidade do Estado, ao classificar a população paraense com um dos maiores aumentos de renda per capita, que é a renda por cada cidadão, do país, seremos punidos com o corte de repasse de verbas por parte da União”, protestou o senador Jader Barbalho.

O que o senador está a defender é o fato de que, ao ter o padrão de vida elevado pelos cálculos do IBGE, automaticamente o valor de repasse do Fundo de Participação dos Estados para o Pará vai cair no ano que vem. E vai cair de maneira significativa: o Estado vai perder mais de R$ 200 milhões de reais em 2020.

“Como é possível tamanha divergência de dados se o recente relatório que recebi do Ministério da Cidadania mostra que, em 2018, a pobreza extrema atingiu mais de 3,6 milhões de paraenses, que tiveram renda familiar de apenas R$ 89 reais mensais?”, questiona o senador Jader.

Quem faz todos os anos a divulgação do relatório com os cálculos dos percentuais de repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE), é o Tribunal de Contas da União (TCU), usando como base os dados divulgados pelo IBGE. Os critérios utilizados pelo TCU, para o cálculo dos percentuais do FPE, levam em consideração, principalmente, a população estimada do estado e a renda mensal domiciliar per capita.

“É por esses desencontros de informações que estou a solicitar especial atenção por parte do IBGE para que analise a possibilidade de autorizar a revisão dos dados da renda mensal domiciliar das famílias do Estado do Pará, de 2018, tendo em vista que não condizem com a realidade pela qual a população paraense passa”, explica o parlamentar paraense.

Jader Barbalho lembra que, só assim será possível ao TCU rever os cálculos dos critérios de repasses do FPE, de 2020, “e desfazer essa injustiça com o Pará, que possuía, em 2018, mais de 3,6 milhões de paraenses, o correspondente a 46% da população do estado, vivendo abaixo da linha da pobreza”, concluiu.