Jader Barbalho - Jader questiona fechamento de agências do Banco do Brasil

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Jader questiona fechamento de agências do Banco do Brasil

A informação de que o Banco do Brasil deve promover o fechamento de 361 unidades – 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento – ainda no primeiro semestre deste ano provocou protestos entre parlamentares, principalmente os da regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde a maioria dos municípios contam apenas com uma agência bancária para atender a população. O anúncio feito pela diretoria do Banco prevê ainda a abertura de dois Programas de Demissão Voluntária com a previsão de adesão de cerca de 5 mil funcionários.

Para o senador Jader Barbalho (MDB-PA), se o plano de reestruturação vier a ser executado, a população será prejudicada de diversas formas, principalmente com a redução dos caixas executivos, o que vai afetar diretamente o serviço de atendimento ao público. “Serão centenas de agências fechadas, muitas delas em cidades do interior do país que não dispõem de outras instituições bancárias, como ocorre no Estado do Pará”, protestou o senador.

Jader alertou que, de acordo com o programa de reestruturação, no Pará, a previsão é de fechamento de várias agências bancárias, dentre elas a agência do Ver-o-Peso, maior feira a céu aberto da América Latina, que emprega cinco mil pessoas e aquece a economia da capital. “Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)mostram que o comércio do “Veropa”, como é carinhosamente apelidado o Ver-o-Peso, movimenta R$ 1 milhão por dia e recebe aproximadamente 50 mil pessoas diariamente”, informou o parlamentar paraense.

“Não posso assistir calado a essa intenção de desmonte do Banco do Brasil, instituição pública mais antiga e importante do País na concessão de créditos para os pequenos e médios comerciantes e produtores rurais, principalmente da agricultura familiar”, relatou o senador em documento encaminhado ao presidente do BB, André Brandão.

MAIS INFORMAÇÕES

No ofício encaminhado na última sexta, 5, Jader Barbalho solicitou mais informações sobre o programa que prevê mudanças em 870 pontos de atendimento, com o fechamento de agências, postos de atendimento e escritórios.

“Acredito que defender o Banco do Brasil, que sempre teve um papel histórico no desenvolvimento econômico do País, é defender o Brasil e seu desenvolvimento”, reforçou o senador, representante do Estado do Pará. “Serão centenas de agências fechadas, muitas delas em cidades do interior do país que não dispõem de outras instituições bancárias, como ocorre em território paraense”.

Jader destacou que o Produto Interno Bruto (PIB) do estado do Pará em 2018 foi de R$ 161,35 bilhões, contribuindo com 2,37% do PIB nacional, que foi de R$ 6,8 trilhões. Com isso, o Pará passou do 12º PIB entre as unidades da federação brasileira para 11º.

No documento encaminhado ao Banco do Brasil, Jader questiona quais são as mudanças reais que o Banco do Brasil pretende implementar. “Quantas e quais agências o banco pretende fechar no país e, principalmente, no Estado do Pará. Quantos servidores serão incentivados a deixarem seus empregos?” arguiu o parlamentar.

“Enquanto o Banco do Brasil pensa em desmontar boa parte de suas agências, o Governador do Estado do Pará, Helder Barbalho, está negociando com o Banco do Estado do Pará – Banpará – para implantar pelo menos uma agência em cada município paraense”, lembra o senador.

MUDANÇAS A PARTIR DE 22 DESTE MÊS

O Banco do Brasil anunciou que a reorganização da rede de atendimento, incluindo o fechamento de unidades, deve trazer uma economia líquida anual estimada com despesas administrativas de R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025.

O objetivo do fechamento das unidades, segundo o BB, é trazer mais eficiência à rede de atendimento, propiciar recursos para abertura das unidades de atendimento especializado e melhorar a experiência do cliente.

As mudanças nas agências devem acontecer a partir de 22 de fevereiro, e os clientes dessas unidades serão informados por meio de SMS, aplicativo para celular, internet banking, terminais de autoatendimento, além de correspondências, e-mail marketing e cartazes nas agências.

A mudança de agência é automática. Os clientes não precisam fazer qualquer procedimento adicional e podem manter seus cartões e senhas para transações na nova agência, mesmo que haja alteração no número da conta, comunicou o Banco do Brasil.

Em julho de 2019, o Banco do Brasil promoveu um plano de desligamento que teve a adesão de 2.367 funcionários. A intenção, segundo informou o Banco na época, era promover adequação nos quadros de funcionários, além de regularizar vagas e excessos em dependências e praças, otimizando a distribuição da força de trabalho nas unidades. Em setembro de 2020, de acordo com último balanço de resultados, o Banco do Brasil tinha 92.106 funcionários, queda de 1,9% em relação a setembro de 2019 (93.872).

JUSTIÇA DO TRABALHO IMPEDE FECHAMENTO

Na quinta-feira passada (4) o Sindicato dos Bancários do Pará anunciou ter conseguido uma liminar de Tutela de Urgência, expedida pela juíza titular do Trabalho, Maria de Nazaré Medeiros Rocha, que obriga o Banco do Brasil, entre outras ações, a manter as agências listadas no projeto de reestruturação anunciado no início do ano.

Foram listadas 12 agências com previsão de fechamento: Almeirim: Agência Monte Dourado; Altamira: Agência Rio Xingu; Ananindeua: Agência BR 316; Belém: Agência Alcindo Cacela/Agência Ver-o-Peso; Castanhal: Agência Cidade Modelo; Marabá: Agência Tocantins; Parauapebas: Agência Cidade Jardim; Santarém: Agência Orla; Curuça: Agência Curuçá; Ourém: Agência Ourém; Água Azul do Norte: Agência Água Azul do Norte; e Ourilândia do Norte: Agência Ourilândia do Norte.

A juíza determinou ainda que, caso já tenha ocorrido o fechamento de qualquer das agências, o Banco do Brasil deverá “reabrir/reativar a agência bancária em questão no prazo de 30 dias, com a mesma dotação de empregados e com os mesmos serviços bancários prestados antes do fechamento”.

Em sua decisão, Maria de Nazaré Medeiros Rocha determinou que o Banco do Brasil deve abster-se de adotar qualquer medida destinada a esvaziar ou reduzir o quadro de empregados e os serviços bancários prestados pelas agências citadas; e caso não cumpra as determinações no prazo de 30 dias, será cobrada a pena de pagamento de multa diária de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), a ser revertida em favor do Sindicato dos Bancários do Pará.