Numa iniciativa inédita no Brasil, a Universidade Federal Rural da Amazônia está ampliando suas ações de ensino, pesquisa e extensão voltadas para o tema da inclusão ao dar início ao Projeto TEA, ação desenvolvida no campo da inclusão e que trata sobre a condição do autismo e o gerenciamento de processos inclusivos, em especial famílias de pessoas com autismo. O projeto que, além de preparar professores de educação básica para receberem alunos com transtorno do espectro do autismo, promove ações nas áreas da saúde e assistência social, além da sociedade em geral, recebeu o apoio e recursos por meio de emenda parlamentar do senador Jader Barbalho (MDB-PA).
E se depender do parlamentar paraense, a experiência que está sendo desenvolvida de forma inédita no Pará deverá servir de exemplo para todo o Brasil. A Ufra já tem em sua grade o Curso de Aperfeiçoamento em Transtorno do Espectro do Autismo e já formou 430 professores da educação básica em seis municípios do Pará: Paragominas, Parauapebas, Capanema, Capitão Poço, Tomé-Açu e Belém.
Premiado com a Medalha Paulo Frota de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado, o Projeto TEA dá início neste mês de outubro a uma nova, chamado Inclusão, Desenvolvimento e Autismo na Amazônia, que tem por objetivo capacitar 210 pessoas, entre profissionais das áreas da saúde, educação e assistência social e inova ao incluir como público-alvo pais e mães de pessoas com autismo.
Sua execução vai abranger seis municípios paraenses dando ênfase à complexidade das várias regiões em que estão localizados esses municípios, incluindo as grandes cidades até as regiões ribeirinhas. A coordenador do projeto, professora Flávia Marçal, enfatiza que o foco será na redução da pobreza e aumento do grau de empoderamento das comunidades locais.
Dados técnicos extraídos por meio do Censo Escolar 2019 permitiram selecionar os municípios mais vulneráveis, segundo informou a professora da Ufra. Os dados evidenciaram maior número de alunos com autismo na rede estadual de ensino. “Assim foi possível estabelecer uma perspectiva intersetorial de localização de municípios que possuam um quantitativo populacional e estrutura técnica que necessite de maior suporte no campo da formação técnica, tanto para profissionais quanto para famílias”, explicou Flávia Marçal.
A ideia é que o curso amplie as possibilidades de apoio às comunidades, famílias e profissionais que lidam com crianças com espetro do autismo.
Tanto a elaboração do projeto quanto a preparação, treinamento e formação das equipes que começam a atuar a partir de janeiro de 2021 foram viabilizadas dentro da Universidade Federal da Amazônia graças à emenda no valor de R$ 200 mil destinada pelo senador Jader Barbalho.
“Entendo que os representantes da população no poder público devem caminhar junto com as comunidades e buscar, da forma mais objetiva possível, atender aos seus anseios. É nosso papel atuar junto com essas famílias e com a sociedade paraense para ajudar a romper essa enorme barreira que afeta de forma profunda milhares de famílias não só no Pará, mas em todo o país. Creio que assim damos um passo importante para nos igualarmos a outros países, que tratam da questão do transtorno do espectro do autismo de forma transversal”, destacou o senador.
Jader Barbalho já havia destinado emenda no valor de R$ 700 mil para a criação do Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autismo no Pará, cuja implantação está sendo analisada pelo Grupo de Trabalho e Estudo sobre o Autismo em conjunto com o Governo do Estado do Pará, representado pelas secretarias de Educação (Seduc); Saúde (Sespa); e Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster); e conta também com os especialistas da Universidade Federal da Amazônia.