Jader Barbalho - Iphan e tacacazeiras se reúnem para o registro como Patrimônio Cultural do Brasil

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Iphan e tacacazeiras se reúnem para o registro como Patrimônio Cultural do Brasil

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) dá mais um passo no processo de registro do Ofício de Tacacazeira como Patrimônio Cultural do Brasil Nesta sexta, 21, o Iphan promove um encontro para debater com os profissionais de todos os estados da região Norte. No Pará o evento ocorre a partir das 10 horas da manhã no Centro Cultural Sesc Ver-o-Peso (Boulevard Castilhos França, 522/523 – Campina, Belém). O objetivo é ampliar o conhecimento sobre os saberes, técnicas e a importância dessa atividade para a identidade cultural das regiões amazônicas. Além de valorizar esses profissionais, o reconhecimento como Patrimônio Imaterial pode contribuir para a salvaguarda e a transmissão desse saber para as futuras gerações.

O projeto de pesquisa e documentação teve início em 2023 e está sendo coordenado e produzido pelo Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Sociedades Amazônicas, Cultura e Ambiente da Universidade Federal do Oeste do Pará (Sacaca/Ufopa), graças a uma emenda parlamentar no valor de R$ 388 mil indicada pelo senador Jader Barbalho (MDB). O investimento permitiu a ampliação para os estudos em todos os estados da região: Pará, Acre, Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia e Tocantins.

Em 2010, o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), responsável pelo inventário das celebrações e saberes da cultura popular, entrou com o pedido de registro do Ofício de Tacacazeiras na região Norte no Livro dos Saberes.

O encontro, que acontecerá simultaneamente em todas as capitais do Norte, com recurso de videoconferência, será um espaço de escuta e troca de experiências, reunindo trabalhadoras do setor, membros das secretarias de cultura e representantes do Iphan em cada estado da região.

Após a garantia do investimento para a pesquisa, por meio da emenda do senador Jader, o projeto de pesquisa e coleta de informações teve início em 2024 e conta com vídeos que contam histórias de vida e receitas de mais de 60 tacacazeiras e tacacazeiros das cidades de Belém, Boa Vista, Macapá, Manaus, Palmas, Porto Velho e Rio Branco. O projeto também inclui a produção de fotos e documentação acerca do ofício, como parte da construção do dossiê de registro.

Esses vídeos fazem parte do dossiê que será apresentado pelo Iphan ao Conselho Consultivo, órgão colegiado de decisão máxima do Instituto e que é responsável pelo registro da manifestação como Patrimônio Cultural.

O trabalho reúne conhecimentos sobre o bem cultural, que será a base da análise do Conselho Consultivo do Iphan. Na fase final do projeto, uma petição online foi lançada pela equipe da Ufopa para coletar assinaturas em apoio ao registro, acessível pelo link: Petição Registro do Ofício de Tacacazeira (https://www.peticao.online/registro_do_oficio_de_tacacazeira_como_patrimonio_cultural_do_brasil#form). A iniciativa visa demonstrar o reconhecimento público do valor cultural do tacacá e do trabalho dos profissionais que o preparam.

O tacacá é um prato produzido e consumido em diversas regiões da Amazônia brasileira, feito com produtos da mandioca, entre os quais o tucupi e a goma, camarão seco, jambu e diversos temperos. A iguaria também está totalmente ligada à presença das tacacazeiras nas ruas, que estão associadas à história das cidades, de urbanização e industrialização da Amazônia, além de ser uma história também da projeção da mulher para além do ambiente doméstico.

Com suas raízes na cultura indígena, é tradicionalmente servido quente, conhecido por seu sabor único e suas propriedades medicinais.

Ao longo dos anos, o tacacá tornou-se parte fundamental da identidade gastronômica do Pará e de outras regiões da Amazônia, servindo não apenas como alimento, mas também como símbolo de celebrações e festividades. No dia 13 de setembro, comemora-se o dia das tacacazeiras, que homenageia os profissionais responsáveis pela produção do tacacá.