O Pará vai ter seu primeiro Museu do Ribeirinho. A iniciativa inédita, além de homenagear essa população típica da região amazônica, vai apresentar uma nova tecnologia para construções em palafitas, um projeto tecnológico inédito, desenvolvido por uma empresa startup, instalada no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá. A proposta é construir moradias em palafitas com elevação hidráulica, pensando no período de cheia dos rios e reaproveitando material reciclado de polietileno.
Ao tomar conhecimento sobre essa nova proposta de construção, que é ecologicamente correta e sustentável, o senador Jader Barbalho (MDB) aderiu à proposta. O parlamentar encaminhou documentos e material referente ao projeto, criado pela startup Várzea Engenharia, para o então ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto.
No ofício encaminhado ao Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR), o senador propõe a inclusão do projeto e do novo modelo de construção nos programas de habitação popular do governo federal, o antigo Minha Casa Minha Vida e o recém-criado, Casa Verde e Amarela.
Em 2019, o senador apresentou ao Senado um projeto de lei que propõe alterar a Lei nº 11.977, de 07 de julho de 2009, que criou o Programa Minha Casa, Minha Vida para incluir a construção de palafitas em áreas alagadiças no programa com prioridade de atendimento às famílias ribeirinhas. O PL 3481/2019 está sendo examinado pelo relator escolhido na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, senador Plínio Valério (PSDB-AM).
“Não é justo que os ribeirinhos sejam privados de participar de programas habitacionais do governo federal. Infelizmente, são uma população esquecida e que necessita de amparo e inclusão diferenciada nos programas sociais. Na busca pela equidade de direitos de todos os brasileiros, é mais do que justo que eles sejam incluídos para participar de programas habitacionais do governo federal”, reforçou Jader Barbalho.
O parlamentar paraense lembra que o Minha Casa Minha Vida tem sido um dos principais programas de inclusão social do país e que tem como meta reduzir o déficit habitacional da população brasileira, “um dos problemas mais crônicos da atualidade”, reforça.
Entusiasta da proposta criada pela startup instalada no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, que criou o projeto inédito para moradias sob palafitas, o senador lembra que, ao adotar este tipo de construção, o governo federal passará também a estimular a cadeia de reciclagem do plástico.
O projeto de construção do Museu do Ribeirinho será erguido pela empresa criou a moradia que utiliza madeira biosintética, produzida a partir da reciclagem de polietileno, plástico usado largamente na indústria de embalagem. O material recebe um tratamento repelente, à base de andiroba, para afastar os mosquitos transmissores de doenças.
O Museu está sendo construído numa parceria entre as secretarias estaduais de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia; da Biotec Amazônia e da FIEPA, no Portal da Amazônia, às margens do rio Guamá em área de várzea pertencente ao município de Belém.
A tecnologia da elevação hidráulica natural pode ser usada também na construção de creches, escolas, pontos de atendimento de saúde, instalações governamentais, escolas, bibliotecas, entre outras edificações nas áreas ribeirinhas.
O projeto prevê ainda a instalação de fossa séptica e biológica com sistema de filtro natural, permitindo tratamento e potabilidade da água e captação de energia fotovoltaica solar por meio de placas instaladas na cobertura da construção.
A proposta é que o Museu, além de possibilitar a exibição da vida do ribeirinho, mostre as dificuldades por eles vividas, seu modo de vida e sua cultura.