Jader Barbalho - Laércio Barbalho, 100 anos

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Laércio Barbalho, 100 anos

Dos amigos que tive e tenho, meu pai foi, seguramente, meu melhor amigo. Meu pai foi um exemplo fantástico que procurei seguir como pessoa.

Meu pai era uma personalidade multifacetada. Foi um homem público que procurou, no âmbito do espaço por ele alcançado, desempenhar com o maior entusiasmo sua ação pública em favor do povo do Pará

Meu pai foi deputado estadual em várias legislaturas, um homem profundamente combativo em defesa de suas ideias.

Meu pai foi um administrador excelente. Era funcionário de carreira, por concurso, dos Correios e Telégrafos onde chegou a ser diretor regional. Ele foi responsável pelo sucesso da comunicação, na época em que ingressou nos Correios, ao implantar, no Estado do Pará, até os limites com o Maranhão, o que havia de mais moderno, que era o sistema morse, que levava comunicação através de uma linha telegráfica. E foi meu pai que implantou isso, com sede no município de Capanema.

Meu pai era um homem que conhecia profundamente o interior do nosso estado, que conhecia os nossos problemas. Meu pai também foi jornalista, um dos mais atuantes. Ele foi jornalista de O Liberal, onde trabalhou durante muitos anos, na época em que o jornal pertencia ao partido que ele integrava, o Partido Social Democrático, o PSD. Ele também foi diretor da Imprensa Oficial.

Mas no campo do jornalismo meu pai deu uma contribuição enorme à sociedade paraense. Foi ele quem idealizou, lutou, criou e implantou o Diário do Pará, esse jornal que hoje está firmado junto à opinião pública paraense como uma alternativa de comunicação. Foi meu pai o responsável para que este projeto iniciasse e pudesse dar essa contribuição democrática que a imprensa dá em todo o mundo.

Meu pai era uma pessoa que circulava muito bem em toda a sociedade paraense. Ele chegou a ser diretor do Clube do Remo. Como disse antes, ele era um homem multifacetado nesse sentido da sua presença e acima de tudo como pessoa.

Eu quero festejar esse centenário de seu nascimento, e, como fiz na missa de sétimo dia após de seu falecimento, dizer que meu pai valeu a pena ter vivido, meu pai era um homem de bem com a vida e que viveu a vida intensamente.

Para todos nós, que tivemos o privilégio de conviver com meu pai, fica a certeza de que, neste momento ele está sorrindo e festejando esses 100 anos de sua existência.

Acima de tudo, para mim, para meus irmãos, minhas irmãs e para seus netos, em especial para Jader Filho – que perpetua, cuida e moderniza o maior projeto da vida de meu pai, que foi a criação do Diário do Pará, no melhor conceito na sociedade paraense – e para Helder, que deu à ele o privilégio de ter sido pai de governador e agora avô de governador, fica a certeza de que a vida valeu a pena ser vivida com tamanha intensidade, com tamanho amor pelo Estado do Pará.

De minha parte, como acredito em outras vidas, não tenho a menor dúvida de que meu pai, esteja aonde estiver, ficou muito feliz ao receber um “zap” noticiando que por aqui estamos bem, cuidando com muito amor, carinho e respeito do importante legado que ele nos deixou.