No início do ano, durante visita à região Oeste do Pará, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, anunciou a intenção do governo federal de promover a concessão da BR 163, no trecho até Miritituba, em Itaituba, até o final de 2019. O ministro disse também que a União havia reservado um montante de mais de 200 milhões de reais para serem investidos na região. Na ocasião, Freitas anunciou que as obras de pavimentação da BR, sobretudo dos 51 km até o distrito de Miritituba, em Itaituba, e os 58 km que faltam até Santarém -, excluindo o trecho da BR-230, devem ser concluídas até o final de 2019.

Atento aos prazos e ciente da importância da rodovia para o desenvolvimento da economia nacional, o senador Jader Barbalho (MDB) encaminhou ao ministro Tarcísio Gomes de Freitas, um ofício solicitando informações detalhadas sobre o andamento das obras em trechos que são fundamentais para a exportação de grãos e, em especial, para o desenvolvimento do Estado do Pará.

“A BR 163, no trecho Cuiabá a Santarém, é hoje a principal via de escoamento do agronegócio do país. Para a região Oeste do Pará, sua conclusão é um sonho antigo e vai alavancar o desenvolvimento de uma das regiões mais prósperas do nosso Estado. Por essa razão estamos atentos ao cumprimento daquilo que foi acordado durante a visita do ministro da infraestrutura, quando da sua visita no início do ano”, explicou o senador.

CORREDOR LOGÍSTICO

Jader Barbalho detalhou no documento os trechos que mais preocupam os produtores da região. São eles: trecho entre os municípios de Moraes Almeida e Novo Progresso (65 quilômetros); trecho até Santarém (58 kms); até o distrito de Miritituba, em Itaituba (51 kms); e o acesso até o Porto de Miritituba (8,3 kms).

A rodovia é o segundo principal corredor logístico do País. Mas em grande parte de sua extensão que corta o Pará não é asfaltada. O estado de conservação é péssimo e todos os anos imagens de caminhões carregados de soja e produtos agrícolas, além de ônibus transportando a população local, são exibidas em situação precária, atolados e ilhados por dias e até semanas em um mar de lama durante o período de chuva no Norte do país. Lembrando que é no período de chuvas intensas no Norte que é feita a colheita no Mato Grosso, principal produtor brasileiro e o Estado que mais utiliza a rodovia para escoar sua produção

“A produção agrícola que passa pela rodovia tem destino certo, o Porto de Miritituba, que é considerado um dos principais pontos de escoamento da produção para a exportação”, lembra o senador.

MIRITITUBA

O porto, na época do transporte da safra, chega a movimentar até 100 carretas descarregadas por dia. Miritituba fica a 300 quilômetros de Santarém. Por sua localização e pela economia de trecho percorrido em estrada, o Porto de Miritituba significou redução no valor do frete da carga de grãos e fez com que a produção brasileira tivesse mais concorrência no exterior.

“Por todas essas razões, os produtores, principalmente os da região Oeste do Pará, aguardam com expectativa a conclusão da pavimentação da rodovia BR 163

INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR

Com total de 1.780 km de extensão, sendo 1.121 km localizados no Estado do Mato Grosso e o restante no Estado do Pará, até hoje, após 43 anos do início da sua construção, a rodovia não está toda asfaltada e possui alguns trechos comprometidos por buracos, devido ao elevado número de caminhões que por ela circulam, com carga estimada de 35 mil toneladas de soja por dia, o que acelera o seu desgaste.

A construção da BR-163 em Mato Grosso, na década de 1970, fez parte do Plano de Integração Nacional (PIN) do Governo Militar e pertencia ao movimento desencadeado na época, cujo tema era: “Integrar para não Entregar!”

Sob pressão para ocupar a região Amazônica, o governo determinou que o Batalhão de Engenharia e Construção (BEC) do Rio Grande do Sul viesse para Cuiabá e instalasse uma base com o objetivo de implantar a BR-163, ligando a capital mato-grossense a Santarém, no Pará.

A inauguração da BR-163 ocorreu em 1976, quando os homens do 9º BEC encontram o 8º BEC na região sul do Pará, na Serra do Cachimbo, após cinco anos de trabalhos.

Até hoje a BR-163 não está completamente pavimentada, faltando cerca de 90 quilômetros no Estado do Pará.